Odontogênese

É o processo de formação dos dentes que se inicia em torno da sexta semana com a proliferação da camada basal do epitélio oral, a medida que as células epiteliais da camada basal se multiplicam elas sofrem uma invaginação em direção ao ectomesênquima. Inicialmente a cartilagem Meckel da suporte ao desenvolvimento de duas lâminas, a lâmina dentária e a lâmina vestibular. A partir da lâmina dentária, desenvolvem-se dez brotos na maxila e mandíbula, totalizando 20 brotos, sendo 5 em cada hemiarcada, iniciando a primeira fase chamada de botão. 

Figura 1 - Arcada em desenvolvimento. Início da sexta semana mostrando as lâminas dentárias. Fonte: MOORE, K. L; PERSAUD, T. V. N, 2004.

 

Figura 2 - Final da sexta semana, mostrando os brotos dos dentes formando-se a partir das lâminas dentárias. Fonte: MOORE, K. L; PERSAUD, T. V. N, 2004.

Os botões correspondem a proliferação da lâmina dentária e o início da formação dos dentes decíduos. Nessa fase o ectomesênquima subjacente apresenta uma discreta condensação celular. Em seguida, temos a fase chamada de capuz, caracterizada pela intensa proliferação das células epiteliais, nessa fase há formação do órgão do esmalte, formação da papila dentária, e a formação do folículo dentário, a todo esse conjunto de estruturas denominamos de germe dentário. Na fase de campânula, observa-se o crescimento mais exagerado das bordas do capuz, apresentando um aspecto de sino, o órgão dental é constituído das seguintes partes, o retículo estrelado que separa o epitélio interno e o epitélio externo dental, uma camada de células delgadas chamada de extrato intermediário, e por um laço cervical, região que o epitélio interno e externo dental se encontram, quando o folículo dental e a lâmina dentária se separam do epitélio oral, termina assim a fase de campânula e se inicia o processo chamado de coroa.

Figura 3 - Formação do dente em estágios sucessivos do desenvolvimento. Fonte: SADLER, T. W., 2001.  

 

Figura 4 - O dente, imediatamente antes do nascimento (A) e após sua erupção (B). Fonte: SADLER, T. W., 2001.
 

Nessa fase as células do epitélio interno se alongam originando-se os ameloblastos e as células da papila dentária respondem transformando-se em odontoblastos, que por sua vez movem-se em direção ao centro da papila formando as primeiras camadas de dentina, ao mesmo tempo em que essa diferenciação ocorre os ameloblastos se movem em direção oposta deixando para trás uma camada dura de esmalte dentário. Ao crescimento da alça cervical chamamos de bainha radicular de Hertwig, continuando o processo os odontoblastos permanecem produzindo a matriz dentinária formando assim a raiz radicular, o processo de odontogênese é finalizado com a formação da dentina radicular junto com o fechamento do ápice, tendo assim por fim a erupção dentária. O vídeo abaixo mostra com detalhes o processo de odontogênese.

Estomodeu : boca primitiva
Fases da odontogênese : broto ou botão, capuz ou casquete e sino ou campânula
Polpa do dente: formada pelas células restantes da papila dentária
Esmalte : formado por ameloblastos
Dentina : produzida por odontoblastos, originários da crista neural
Cemento : cementoblastos, elemento derivado do mesênquima da raiz do dente
Ligamento Periodontal : derivado das células da porção mediana do saco dental
Osso alveolar : derivado das células mais externas do saco dental

REFERÊNCIAS

ALMEIDA, J. M. Embriologia Veterinária Comparada. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1999.
MOORE, K. L; PERSAUD, T. V. N. Embriologia Clínica. 7ª ed. - Rio de Janeiro: Elsevier, 2004.
SADLER, T. W. Langman Embriologia Médica. 8ª ed. - Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2001.